FOTÓGRAFAS JAPONESAS

A fotografia japonesa, hoje, é reconhecida mundialmente como uma das mais importantes da história. Os movimentos de grupos de artistas em diversas áreas, e na fotografia também, logo após a segunda guerra mundial - em especial a Provoke e seus expoentes - são reverenciados como base de um processo de transformação do olhar no mundo inteiro. Apesar de existirem relatos do trabalho de fotógrafas desde o final do século XIX é neste período, pós guerra, que a mulher começa reivindicar seu espaço na fotografia.
A fotografia é um espelho da sociedade e portanto a conquista de um espaço pela mulher em uma sociedade fechada e muito conservadora somente poderia acontecer a partir da ruptura com as tradições de uma cultura. O pós guerra é um momento importante neste sentido de remodelação da sociedade e cultura japonesas. Poderemos perceber também que as fotógrafas japonesas irão reivindicar seu espaço na sociedade expondo suas dores e sofrimentos em relação ao papel social que estavam inseridas.

O curso irá apresentar, através do trabalho de fotógrafas japonesas e seus livros, como aconteceu a construção de um espaço de reconhecimento de autoras e como seus trabalhos refletiram os desafios encontrados em sua época. Em cada aula será discutida as questões pertinentes da sociedade da época e como o trabalho das fotógrafas tem representação na ruptura das barreiras sociais. Faremos uma análise do trabalho de autoras que tem em seu percurso artístico, a partir de seu olhar, uma confrontação clara do papel da mulher na sociedade da época de criação. Esse processo será feito sempre analisando os livros que estas autoras criaram. O livro é uma plataforma que aproxima a fotografia da literatura e permite um universo de criação mais amplo que outras plataformas e nos permite por sua característica perene observar à distância um tempo.

Sobre Marcelo Greco.

Fotógrafo e professor/orientador, mora e trabalha em São Paulo.

Em seu trabalho artístico utiliza a fotografia como ferramenta de expressão pessoal. Seu universo íntimo, seu cotidiano e sua cidade são matérias-primas recorrentes de seus trabalhos. Interessa-se também pela investigação de outros territórios em seu fazer artístico: realizou trabalhos em Portugal (2003), França (2016 a 2018) e Itália (2020). Publicou recentemente o livro Abrigo (Editora Origem, 2020), terceiro trabalho de uma trilogia pessoal. Internal Affair (Schoeler Editions, 2013) e Sombras Secas (Schoeler Editions, 2015), os dois primeiros livros desta trilogia, fazem parte do acervo da Library of Congress – USA. Publicou também os livros Brasília – Coleção Passaporte (Schoeler Editions, 2011), Tempos Misturados (Schoeler Editions, 2010), A Sombra da Dúvida (Sensible édition, 2017) e Lágrimas Perdidas (2017).

Greco realizou exposições nacionais em instituições como Pinacoteca do Estado – SP, Museu da Imagem e do Som – SP, Centro Cultural São Paulo Caixa Cultural – SP, Museu da Imagem do Som – Santos. Realizou exposições internacionais nas instituições Tropenmuseum (Holanda), Leica Gallery Solms (Alemanha), Leica Gallery Frankfurt (Alemanha).

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